Filippa Rego Paulson é uma cidadã do mundo. Nasceu em Nova York, com a mãe carioca e o pai sueco. Portanto, tem três passaportes. Chique e globalizada estou no Rio e aos dezesseis anos entrou na PUC com mandato judicial e cheia de altas notas. Resolver estudar em Nova Orleans e partiu e lá foi incensada com uma das líderes de sua turma e novamente surpreendeu seus professores e mentores. Linda e aplicada Filippa é flamenguista e não perde o Maracanã quando está no Rio e como boa libriana ensina que beleza é fundamental, mas não é tudo.  

 

Como está sendo sua rotina nesse período de quarentena?

 Minha rotina mudou bastante recentemente. Quando eu estava tendo aulas, eu tinha uma rotina mais organizada com as minhas aulas e estudos. Atualmente eu acordo por volta das 9 da manhã, tomo café, faço ginástica, e depois tento ler um livro. 
 

Como você esta vendo a participação do governador de Nova York Andrew Cuomo nesse período?

Eu o vejo todo dia de manhã durante o meu café da manhã, faz parte da rotina. Acho que o Cuomo, aqui as pessoas conseguem o ver como um homem de verdade. Alguém próximos a nós. Humano, as pessoas quando vêem um politico, ainda mais nessa era de Donald Trump desassociam  ele como uma pessoa da sociedade é meio uma figura midiática.  Cuomo é raw e quando ela fala na televisão, as pessoas ouvem ele faz umas metáforas e fala da família dele. Torna o dialogo mais próximo. 

Aqui no Brasil você tem contatos com amigos como você vê a atuação tanto no estado do Rio e no país?

 Sim! Faço facetime com meus amigos e me mantenho atualizada em relação ao bem-estar deles e de suas famílias. Continuo bem próxima dos meus amigos, mesmo morando fora.

Fillipa Rego Paulson

 Como você, o mundo daqui para frente haverá mudanças de comportamento?

 Acho que por enquanto é muito cedo para saber quais serão as mudanças permanentes dessa pandemia. Mas acho que vamos ver uma mudança de comportamento em relação à gratidão. Com essa pandemia ficou bem claro o quanto sentimos saudades de pequenas coisas e gestos, que muitas vezes passavam despercebidos.

Fillipa Rego Paulson

 As relações entre as pessoas estão cada vez menos presenciais como você vê  isso?

Eu estou tendo dificuldade com essa parte. Nunca gostei de skype, não sou de olhar o whatsapp com muita frequência, etc. Sempre me dei melhor com aulas e reuniões presenciais. Estou me adaptando aos poucos, mas está sendo difícil.

 Sobre os seus estudos em que área você esta mais focada?

 Eu estava terminando meu curso na faculdade e no dia 16 de Maio eu me formei com um diploma em Political Science e International Relations, e um em Art History. Fui iniciada na honors society Pi Sigma Alpha.  Os presidentes americanos John Kennedy e Bill Clinton também são membros.

Fillipa Rego Paulson

 Você acha que o consumo de artigos de luxo vão diminuir e as experiências que envolve sensações elas vão ser os artigos de luxo?

 Não acho. No começo da pandemia, tive essa sensação, mas com a abertura de várias cidades vimos que as pessoas imediatamente correram para as lojas e para os shoppings. Não vejo o consumo diminuindo, infelizmente. Porém, acho que o consumo de experiências vai aumentar.

 E sobre a crise ambiental do planeta você tem preocupação em particular?

 Sempre fui muito ligada em causas ambientais, especialmente na faculdade. Fui responsável por distribuir diversas latas de lixo para reciclagem no meu bairro. Também distribuímos canudos de metal e copos de café de metal para os alunos. Procuro sempre pagar meu carbon footprint quando viajo, e prefiro comprar roupas em lojas que tem sustainable sources como Reformation e All Birds. Maquiagens e produtos de beleza também, como Olaplex e Ilia. Notícias de que o planeta e a natureza estão se recuperando aos poucos durante a pandemia me ajudam a me manter positiva.

Fillipa Rego Paulson

 O mundo também vive uma crise de valores éticos o que você que essa quarentena pode melhorar?

 Acho que durante a pandemia, muitas pessoas foram obrigadas a se olhar no espelho e refletir sobre seu caráter, suas escolhas e suas atitudes. Aqui nos Estados Unidos, com a morte de George Floyd, e os protestos contra o racismo sistemático no país, é um grande exemplo de como a quarentena nos fez refletir sobre valores éticos. Mortes de negros por policias sempre aconteceram nos EUA, porém uma movimentação como essa nunca ocorreu, ainda mais durante uma pandemia, onde o risco de protestar é ainda maior.